O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um novo relatório nesta quarta-feira, 23, apresentando uma perspectiva mais negativa para as contas públicas brasileiras. Segundo o documento, o equilíbrio fiscal, antes previsto para 2026, agora foi adiado para 2027, mesmo com uma ligeira melhora na previsão do déficit primário para 2024, que passou de 0,6% para 0,5% do PIB.
Trajetória da dívida com o FMI e projeções revisadas
Além disso, o FMI piorou a projeção para a dívida bruta do Brasil. Em 2024, a dívida deve atingir 87,6% do PIB, e a previsão para 2025 subiu de 89,3% para 92%. A tendência de crescimento da dívida deve continuar até 2029, quando se estima que chegará a 97,6% do PIB.
Essa nova perspectiva contrasta com as projeções do Ministério da Fazenda, que mantém a promessa de zerar o déficit fiscal já no próximo ano. O cenário delineado pelo FMI reflete preocupações com a necessidade de ajustes fiscais mais profundos no futuro, caso ações não sejam tomadas no presente.
Crescimento econômico e desafios fiscais
Embora o FMI tenha revisado para cima a previsão de crescimento do Brasil para 2024, com expectativa de alta de 3%, o fundo alerta para a necessidade de mudanças nas políticas fiscais globais. O relatório também destaca que o aumento da dívida pública não se limita ao Brasil, mencionando países como China, Estados Unidos, França e Itália.
O FMI sugere que, em economias emergentes, o aumento da arrecadação poderia vir de ajustes nos impostos indiretos e da redução de subsídios a combustíveis, enquanto do lado das despesas, sugere uma otimização dos gastos com programas sociais e folhas de pagamento.