O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma postura cautelosa quanto à possível adesão da Venezuela ao Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Apesar de a Rússia ser tradicionalmente um forte defensora do ingresso da Venezuela no bloco, não houve manifestação de apoio à inclusão do país liderado por Nicolás Maduro durante as reuniões preliminares desta semana em Kazan, Rússia.
Posição do Brasil e impacto no bloco
Lula, que não pôde comparecer presencialmente ao evento devido a um acidente doméstico, orientou sua equipe diplomática a vetar completamente a adesão da Nicarágua e a impor restrições à entrada da Venezuela. A decisão do Brasil foi baseada em questões pragmáticas e práticas, como as tensões diplomáticas que Maduro gerou com outros países da América Latina e sua postura crítica em relação ao Brasil.
Embora o Brics não seja um bloco de países que compartilham um compromisso com a democracia, o Brasil argumentou que a inclusão da Venezuela poderia prejudicar as relações e os negócios do grupo. Essa posição foi aceita pelos demais membros fundadores do Brics, incluindo a Rússia, que não manifestou oposição às restrições impostas pelo Brasil.
Futuro incerto para a Venezuela
Apesar das tentativas da Venezuela de se tornar um parceiro do Brics, a decisão final ainda não foi tomada, mas uma reversão a favor de Maduro parece improvável. Em um gesto ao Brasil, o presidente Vladimir Putin já apresentou uma lista de candidatos a parceiros do Brics sem o nome da Venezuela, sinalizando que o veto brasileiro pode prevalecer nas próximas etapas das negociações. Mesmo assim, Nicolás Maduro viajou para Kazan com o objetivo de defender o ingresso de seu país no bloco.