As mineradoras Vale (VALE3.SA), BHP (BHP.AX) e Samarco estão em discussões com as autoridades brasileiras para fechar um acordo de compensação de quase US$ 30 bilhões relacionado ao colapso da barragem de Mariana em 2015. O acordo deve ser assinado em 25 de outubro, segundo fontes.
Quando o colapso da barragem aconteceu, em uma mina de ferro da Samarco, liberou rejeitos tóxicos perto de Mariana, nove anos atrás.A tragédia matou 19 pessoas, deixou centenas de desabrigados, inundou florestas e poluiu o Rio Doce, e as três mineradoras negociam há anos com o Ministério Público e autoridades para encerrar as ações judiciais.
O acordo busca compensar os danos causados pelo desastre e encerrar várias disputas legais em andamento.
Comunicados das empresas sobre acordo de Mariana
Em comunicados separados, Vale, BHP e Samarco informaram que o acordo discutido prevê compensação total de 170 bilhões de reais.Desse valor, 100 bilhões de reais serão pagos em 20 anos diretamente às autoridades públicas, segundo as empresas.
O acordo inclui também 32 bilhões de reais que serão usados em remediação e compensação pelas mineradoras.
Além disso, as empresas já desembolsaram 38 bilhões de reais, conforme informado nos comunicados.
Este acordo deverá ser oficialmente assinado em 25 de outubro, disseram quatro fontes à Reuters na sexta-feira. O jornal O Globo já havia informado sobre a data no início do dia.
Vale, Samarco e BHP não especificaram quando esperam assinar os acordos. A Advocacia-Geral da União, que faz parte das negociações, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a data. Até então, a Vale e BHP Afirmaram que a Samarco será a principal responsável pelos pagamentos, com os proprietários cobrindo 50% das obrigações adicionais.
A Samarco, em falência, informou que um plano aprovado limita seus pagamentos de compensação a US$ 1 bilhão até 2031.
Desembolsos acima desse valor serão pagos por Vale e BHP, conforme informado pela Samarco.
A Vale anunciou que os lucros do terceiro trimestre terão impacto de 5,3 bilhões de reais em novas responsabilidades.
Artigo traduzido de Reuters