Sabatina de Gabriel Galípolo: autonomia do Banco Central e interferência de Lula em foco

Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, enfrentará sua segunda sabatina no Senado, na terça-feira, dia 8 de outubro. A sabatina acontece no contexto de sua indicação para suceder Roberto Campos Neto como presidente da instituição, a partir de janeiro de 2025. A autonomia do Banco Central e a possível interferência do presidente Lula na política de juros são os principais temas em debate.

Desafios e expectativas para a sabatina

Galípolo deve ser questionado sobre temas como a taxa básica de juros (Selic), inflação e o endividamento da população. Além disso, a análise do Banco Central sobre o mercado de apostas esportivas no Brasil, que revelou transferências significativas via Pix de beneficiários do Bolsa Família para essas empresas, também será discutida. A situação fiscal do país e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa garantir a autonomia financeira do Banco Central serão pontos-chave na sabatina.

Durante sua primeira sabatina, em 2023, a autonomia do Banco Central e as críticas do presidente Lula a Roberto Campos Neto foram temas centrais. Na ocasião, Galípolo enfatizou que a direção do BC deve manter sua autonomia técnica e operacional, mas que “a vontade das urnas” é determinante para o destino econômico do país.

Expectativas de aprovação e relação com o governo

Galípolo, aos 42 anos, mantém uma estreita relação com Lula desde a campanha presidencial de 2022, o que pode gerar questionamentos sobre sua independência do Executivo. Mesmo assim, senadores como Oriovisto Guimarães e Izalci Lucas acreditam que Galípolo já demonstrou sua independência em votações anteriores no Copom. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Vanderlan Cardoso, prevê uma aprovação tranquila, destacando a boa relação de Galípolo com o Senado.

A aprovação do nome de Galípolo será levada ao plenário do Senado no mesmo dia, onde precisa obter a maioria dos votos. Na votação para o cargo de diretor de Política Monetária, em julho de 2023, ele obteve 39 votos a favor e 12 contrários.