Brasil confirma possível acordo de US$ 18 bilhões com mineradoras envolvidas em desastre de barragem

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O governo brasileiro confirmou nesta segunda-feira, 16, que está em negociações sobre um possível pagamento de US$ 18 bilhões por parte de três mineradoras envolvidas no colapso de uma barragem em 2015, que resultou em um desastre ambiental e humanitário. O acordo também pode incluir novos trabalhos de reparação pelas próprias empresas.

No início deste mês, a Reuters informou que a gigante da mineração Vale e a australiana BHP, juntamente com sua joint venture Samarco, estavam próximas de fechar um acordo para destinar cerca de US$ 18,2 bilhões em fundos adicionais para reparações, com os termos finais do acordo previstos para outubro.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou as informações durante entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, estado onde ocorreu o derramamento tóxico.

Além das reparações financeiras em discussão, Silveira destacou que as negociações também envolvem cerca de US$ 7 bilhões em medidas de remediação a serem implementadas pelas empresas, como a remoção de rejeitos tóxicos de um rio local.

Histórico do desastre e valores já pagos

O colapso da barragem na mina de minério de ferro da Samarco, próximo à cidade de Mariana, há nove anos, liberou uma onda de rejeitos tóxicos que matou 19 pessoas, desalojou centenas de moradores, devastou florestas e poluiu o Rio Doce em toda sua extensão.

As mineradoras já desembolsaram cerca de US$ 8 bilhões em medidas de compensação e reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem, segundo Silveira.

Uma proposta anterior das mineradoras, que não foi totalmente aceita pelas autoridades, estabelecia um pagamento de US$ 15 bilhões, além de outros US$ 3,7 bilhões em reparos que seriam realizados diretamente pelas empresas.

A Vale não mencionou valores específicos sobre um possível acordo ao ser questionada nesta segunda-feira, mas reiterou sua expectativa de finalizar as negociações em outubro. Já a BHP e a Samarco confirmaram, em comunicados separados, que as negociações continuam e expressaram confiança de que o acordo será fechado em breve.