A secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, enviou uma solicitação urgente ao Ministério do Planejamento pedindo a liberação de R$ 201,3 milhões. O montante é necessário para evitar a inadimplência com aluguéis de embaixadas e consulados e para cobrir despesas adicionais relacionadas à hospedagem e transporte da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, prevista para a segunda metade de setembro.
De acordo com o ofício, o Itamaraty enfrenta um déficit significativo. A embaixadora explicou que a pasta dispõe atualmente de cerca de R$ 112,4 milhões para o bimestre agosto-setembro, enquanto as despesas estimadas para o período somam R$ 400 milhões. A lista de compromissos inclui R$ 33,9 milhões para reembolso de auxílio moradia, R$ 27 milhões para aluguéis oficiais e R$ 3,1 milhões para manutenção básica, como segurança e serviços essenciais.
Maria Laura da Rocha alerta que, se o pedido não for atendido, o governo poderá enfrentar multas, juros e até ações de despejo devido ao atraso no pagamento dos aluguéis. Além disso, a embaixadora destacou a necessidade urgente de R$ 8,5 milhões para cobrir os custos relacionados à participação de Lula na Assembleia-Geral, incluindo hospedagem e aluguel de veículos. Também foram solicitados R$ 9,8 milhões para manutenção básica e R$ 33 milhões para reembolso de auxílio moradia.
Impactos dos cortes orçamentários
O Itamaraty já havia divulgado uma circular na semana passada, informando sobre cortes nos repasses de verba. A redução não foi detalhada, mas a circular indicou que despesas recorrentes e compras de material seriam adiadas e que contratos e prazos de pagamentos seriam revisados. A pasta explicou que seu orçamento sofreu um corte de R$ 452 milhões, representando uma redução de 20% em relação ao previsto no Projeto de Lei Orçamentária.
Em resposta aos bloqueios, o Itamaraty afirmou que está tentando otimizar os recursos disponíveis e buscar a recomposição orçamentária necessária para manter o funcionamento essencial da pasta. O Ministério do Planejamento ainda não se manifestou oficialmente sobre a solicitação.