O prazo legal de 72 horas se esgotou e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela não divulgou os resultados completos das eleições realizadas no último domingo, 28 de julho. Sem a publicação do total de votos ou das atas eleitorais, crescem as dúvidas sobre a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro, proclamada pelo CNE nesta segunda-feira, 29 de julho.
Segundo as regras do CNE, os resultados eleitorais deveriam ser divulgados em até 72 horas após o término da votação. Embora haja um prazo maior para a liberação das atas, o próprio Conselho prometeu disponibilizá-las dentro do mesmo período, dado que o sistema de votação na Venezuela é eletrônico e os boletins de urnas deveriam estar prontos imediatamente.
Reações e consequências diplomáticas
A ausência de transparência no processo eleitoral gerou críticas e questionamentos tanto internamente quanto na comunidade internacional. Em um pronunciamento, Nicolás Maduro afirmou ser vítima de uma campanha de desinformação, acusando a imprensa e organizações de direita de tentarem desestabilizar a Venezuela.
A situação também provocou divergências entre países sul-americanos. Brasil, Colômbia e México não chegaram a um consenso para emitir um comunicado conjunto exigindo a divulgação imediata das atas eleitorais. Enquanto a Colômbia defende uma auditoria internacional dos resultados, o Brasil prefere uma verificação imparcial.
Os Estados Unidos manifestaram irritação com a demora do CNE e ameaçaram adotar medidas contra a Venezuela caso o país não comprove a vitória de Maduro. Em contrapartida, alguns países da América do Sul, incluindo o Brasil, se opõem a qualquer interferência externa ou aumento de sanções econômicas, temendo o agravamento da crise econômica e social na região.
A falta de clareza no processo eleitoral venezuelano levanta questões sobre a integridade democrática no país e coloca pressão sobre o governo de Nicolás Maduro para cumprir suas promessas de transparência e legitimidade eleitoral.