Dólar e Ibovespa em queda à espera de decisões de juros no Brasil e no mundo

Nesta segunda-feira, 29, o dólar e o Ibovespa operam em queda, com os investidores atentos às decisões de juros no Brasil e em outros países. A moeda norte-americana caía 0,47%, cotada a R$ 5,6311 por volta das 15h, enquanto o principal índice de ações da bolsa brasileira recuava 0,44%, situando-se em 126.933 pontos.

Expectativas no mercado nacional e internacional

No Brasil, a principal expectativa gira em torno da nova decisão de juros do Banco Central, com o mercado aguardando uma possível manutenção das taxas e um tom mais rígido por parte do Comitê de Política Monetária (Copom). Em entrevista à Reuters na última sexta-feira, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, comentou que as taxas de juros estão acima do nível neutro para a economia, mas destacou que o ambiente econômico não apresentou melhoras significativas desde a última reunião do Copom.

No cenário internacional, os investidores estão atentos às decisões de política monetária dos bancos centrais do Japão, do Reino Unido e dos Estados Unidos. O destaque fica para o Federal Reserve (Fed), com expectativas sobre possíveis sinais de início do ciclo de cortes de juros na maior economia do mundo.

Indicadores recentes e perspectivas

Na última sexta-feira (26), o dólar teve alta de 0,18%, cotado a R$ 5,6578, acumulando ganhos de 0,96% na semana, 1,24% no mês e 16,60% no ano. O Ibovespa, por sua vez, fechou em alta de 1,22%, aos 127.492 pontos, mas acumulou queda de 0,10% na semana, ganhos de 2,89% no mês e perdas de 4,99% no ano.

Além das decisões de juros, outros fatores estão no radar dos investidores, incluindo indicadores fiscais e de atividade tanto domésticos quanto internacionais, e balanços corporativos de empresas. Na agenda, destacam-se dados de emprego e atividade, além dos balanços de empresas sediadas no Brasil e no exterior.

Em um contexto de incertezas econômicas, o relatório Focus do Banco Central apontou uma elevação nas estimativas de inflação para este ano, de 4,05% para 4,10%. Na esfera fiscal, o Banco Central informou um déficit primário de R$ 43,4 bilhões no setor público consolidado no primeiro semestre de 2024, mais do que o dobro do registrado no mesmo período de 2023.

Discurso presidencial e impacto no mercado

Em um pronunciamento em rede nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, destacando reformas tributárias e medidas para auxiliar a população.

“Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho”, disse Lula, reforçando seu compromisso com a estabilidade econômica.

Enquanto isso, as expectativas sobre o Federal Reserve indicam que, após sinais de desaceleração da inflação em junho, o banco central dos EUA pode estar pronto para iniciar cortes de juros na reunião de setembro. Analistas também acompanham atentamente os indicadores de emprego e atividade que serão divulgados nesta semana.

Baseado em texto de Reuters