Na madrugada desta segunda-feira, 15, uma grande operação coordenada pelas forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro foi iniciada em 10 comunidades localizadas nos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio, Itanhangá, Vargem Grande e Vargem Pequena. O objetivo principal da ação é conter as disputas territoriais entre traficantes e milicianos que assolam a região há quase dois anos.
Segundo informações do Governo Estadual, a operação foi planejada com base em dados de inteligência que apontaram para o aumento da violência nessas localidades. As comunidades da Zona Oeste têm sido palco de intensos conflitos entre facções criminosas rivais, o que tem resultado em mortes e instabilidade social.
Um contingente de dois mil policiais civis e militares foi mobilizado para atuar por tempo indeterminado nas comunidades da Cidade de Deus, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Morro do Banco, Fontela, Muzema, Tijuquinha, Sítio do Pai João, Terreirão e César Maia. A operação conta com o suporte de drones equipados com tecnologia de reconhecimento facial, além de 200 viaturas, 40 motocicletas e uma ambulância blindada para garantir a segurança das equipes.
Controle territorial
Além de retomar o controle territorial, os agentes visam cumprir mandados de prisão contra criminosos procurados. Na Cidade de Deus, por exemplo, barricadas foram removidas e uma construção irregular foi demolida durante a ação.
Durante o desdobramento da operação, dois indivíduos foram detidos. Maicon Silva de Paula foi preso em sua residência no Terreirão, onde foram encontrados 101 sacolés de maconha, uma pistola, 15 munições e R$ 60 em espécie. Em outro incidente na Avenida Geremário Dantas, bandidos em fuga abandonaram um veículo com três granadas, sendo necessário o acionamento do Esquadrão Antibombas para desativá-las.
A operação também revelou o impacto direto da violência nessas comunidades, com moradores expressando sua angústia por meio de cartazes e manifestações de paz em áreas como o Morro Dona Dalva, na Muzema.
Diante do aumento da criminalidade na região, o governador Cláudio Castro reconheceu a necessidade de uma ação integrada para restabelecer a ordem. Ele destacou que além de combater a violência, a operação visa impedir a lavagem de dinheiro obtido por meio de atividades ilícitas.
“A ação estruturada que iniciamos hoje é resultado de extensas investigações e não tem prazo para encerramento. Será mantida de forma permanente enquanto necessário para garantir a segurança e a tranquilidade da população”, afirmou Castro.
O vazamento prévio da operação por criminosos através das redes sociais indica a complexidade e a sensibilidade do contexto enfrentado pelas forças de segurança, que continuam a monitorar de perto a situação para evitar possíveis retaliações.