Após 10 dias de esforços intensos envolvendo mais de 500 pessoas, a mudança climática finalmente trouxe alívio no combate aos incêndios no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Mesmo com a mobilização de militares, brigadistas e extensa frota aérea, a efetiva redução das chamas só foi possível com a chegada de condições climáticas favoráveis.
A redução significativa dos focos de incêndio coincidiu com a queda das temperaturas mínimas para 14°C e máximas em torno de 20°C, umidade do ar entre 90% e 40%, e ventos moderados de aproximadamente 10 km/h. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nenhum novo foco foi registrado após essa mudança climática.
Desde 28 de junho, uma grande operação foi montada em Corumbá, epicentro dos incêndios, com apoio das ministras Marina Silva e Simone Tebet, além do governador Eduardo Riedel. A operação envolveu mais de 20 aeronaves, embarcações e veículos, incluindo recursos do governo federal, Marinha, Ibama e ICMBio, além de efetivos dos Bombeiros e Força Nacional.
Apesar do esforço concentrado, os incêndios consumiram cerca de 5% da área total do Pantanal até o dia 7 de julho, totalizando 763,7 mil hectares. A logística complexa e as condições climáticas adversas continuam sendo desafios cruciais para o combate efetivo, conforme destacado pelo coordenador do Prevfogo/Ibama, Márcio Yule.
Projeções Futuras
O presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Angelo Rabelo, alertou para a importância de manter a estrutura de combate, especialmente diante dos meses historicamente críticos que se aproximam. A preparação inclui a manutenção de uma brigada permanente e a vigilância constante via monitoramento especializado.
A combinação entre esforços humanos e condições climáticas favoráveis tem sido crucial para conter os incêndios no Pantanal. Contudo, a necessidade de estruturas contínuas e adaptativas permanece essencial para proteger essa biodiversidade única contra futuros surtos de incêndios.