O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu nesta segunda-feira, 17, que seu governo acelere as ações na Amazônia para combater o crime organizado que tem contribuído para a destruição da maior floresta tropical do mundo.
Lula reclamou que levou um ano para que um plano de segurança para a Amazônia, conhecido como AMAS, saísse do papel, e disse que ainda há muito a ser feito para estabelecer um centro de polícia internacional em Manaus.
“Precisamos acelerar o processo, porque meu mandato é de apenas quatro anos. Se não conseguirmos executar este plano, outra pessoa virá e não fará nada”, disse Lula em um evento que oficializou a transferência de 318 milhões de reais (58,6 milhões de dólares) para financiar o plano de segurança.
Os recursos vêm do Fundo Amazônia, de 1,3 bilhão de dólares, originalmente criado pela Noruega para apoiar a sustentabilidade e deter o desmatamento ilegal na Amazônia.
O fundo, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil, tem sido apoiado por doações da Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, União Europeia e Estados Unidos. O plano de segurança da Amazônia é o primeiro projeto patrocinado pelo Fundo destinado a combater crimes ambientais na vasta região.
Os oito países da Bacia Amazônica se unirão no Centro de Cooperação Policial Internacional em Manaus, que planeja reunir inteligência e coordenar a fiscalização com o uso de helicópteros, barcos de patrulha fluvial e 34 bases a serem estabelecidas em toda a Amazônia. O centro estava inicialmente programado para começar a operar no primeiro semestre deste ano.
A floresta tem enfrentado destruição sistemática devido ao corte ilegal de madeira e à mineração de ouro, e gangues criminosas a utilizam como rota para o tráfico de drogas e o contrabando de animais tropicais. Uma declaração do governo informou que os esforços da Polícia Federal para melhorar a rastreabilidade do ouro em garimpos ilegais ajudarão a reprimir um comércio crescente do precioso metal que é cada vez mais contrabandeado do Brasil para países como Suíça, Reino Unido, Turquia e Estados Unidos.
O Brasil tem feito progressos na desaceleração do desmatamento na Amazônia desde que Lula assumiu a presidência no ano passado e procurou restaurar o papel de liderança do país nos esforços globais sobre as mudanças climáticas. Em seu primeiro ano no cargo, o desmatamento na Amazônia brasileira caiu 50%, atingindo o nível mais baixo em cinco anos.