Recentemente, um momento inesperado tornou duas irmãs, donas de um restaurante de empanadas, no maior símbolo político contrario ao governo ditador da Venezuela. Tudo começou quando elas serviram 14 cafés da manhã e algumas empanadas para María Corina Machado, a principal figura da oposição política do país. Poucas horas após a visita, uma ordem do governo venezuelano obrigou o fechamento temporário do restaurante.
O evento foi amplamente compartilhado na internet, tornando-se um símbolo de rebeldia contra o regime ditatorial de Nicolás Maduro. Um vídeo mostrando a interação das irmãs com os fiscais foi divulgado pelas filhas das proprietárias e rapidamente se tornou viral, recebendo apoio de simpatizantes de vários países, incluindo Colômbia, Brasil, México e Alemanha.
O fechamento do restaurante, conhecido como Pancho Grill, durou 15 dias. Durante esse período, as irmãs enfrentaram dificuldades econômicas, mas também receberam uma onda de solidariedade. Doações e fundos foram enviados, e muitos simpatizantes fizeram pedidos de empanadas, pedindo que fossem distribuídas entre os necessitados locais.
Restaurante das irmãs venezuelanas
Contexto Político
O evento ocorre em um momento crucial para a Venezuela, que se prepara para eleições competitivas. A oposição está unida em torno de María Corina Machado, que, apesar de não ser candidata, está fazendo campanha para o principal candidato presidencial da oposição, Edmundo González. A perseguição sofrida pelas irmãs Hernández e outros apoiadores da oposição é vista como uma tentativa do regime de Maduro de reprimir a dissidência e demonstrar poder.
Apesar das dificuldades, as irmãs Hernández reabriram seu restaurante e pagaram uma multa com a ajuda de seus novos simpatizantes. Corina Hernández, que não votava desde 2006, afirmou que a sanção das autoridades fiscais a motivou a participar das próximas eleições, desta vez para apoiar a oposição.
A história das “empanadas da liberdade” não só destaca a resiliência e a coragem das irmãs Hernández, mas também simboliza a luta de muitos venezuelanos contra a opressão e pela democracia.
Matéria inspirada na reportagem de Folha de S.Paulo