Como os EUA apertaram o cerco à Venezuela em uma operação que mira petróleo e o governo Maduro

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Os Estados Unidos ampliaram de forma expressiva sua presença militar no entorno da Venezuela. Nos últimos meses, navios de guerra, aeronaves e tropas foram deslocados para o Caribe. Oficialmente, Washington afirma que a operação combate o narcotráfico. Ainda assim, o impacto direto recai sobre o petróleo venezuelano e o governo de Nicolás Maduro.

Nesta terça-feira (16), o presidente Donald Trump afirmou que a Venezuela está cercada pela maior força naval já reunida na América do Sul. Além disso, anunciou um bloqueio total a navios petroleiros alvos de sanções dos EUA. Segundo ele, a pressão pode aumentar.

Bloqueio a petroleiros e acusações contra Maduro

Trump acusa o governo venezuelano de usar recursos do petróleo para sustentar um regime que considera ilegítimo. Também afirma que Caracas estaria ligada a crimes como tráfico de drogas, pessoas e sequestros. O governo venezuelano nega todas as acusações.

Com base nesse discurso, os EUA decidiram impedir a entrada e a saída de navios petroleiros sancionados. Dias antes, um navio foi interceptado no Caribe. O episódio elevou ainda mais a tensão entre os dois países.

Em resposta, a Venezuela classificou o bloqueio como irracional. Segundo Caracas, a medida viola o livre comércio e ameaça a soberania nacional. O governo também reforçou que o petróleo é um direito do país.

Navios, caças e submarinos na região

Desde agosto, o cerco militar vem se intensificando. Primeiro, os EUA enviaram navios de guerra e um submarino nuclear para o Mar do Caribe. Em seguida, caças foram deslocados para Porto Rico, ampliando a vigilância aérea.

Além disso, bombardeiros estratégicos passaram a operar próximos ao espaço aéreo venezuelano. Embora fora do território, essas aeronaves precisam se identificar ao controle local. Na prática, funcionam como demonstração de força.

Especialistas avaliam que esses voos têm dois objetivos. Por um lado, servem como pressão política. Por outro, permitem testar defesas e treinar tripulações.

Porta-aviões e sinal de escalada

O envio do porta-aviões USS Gerald Ford marcou um novo patamar da operação. Considerado o maior do mundo, ele opera com dezenas de aeronaves. O grupo inclui destróieres, cruzadores e helicópteros de combate.

Segundo o Pentágono, a missão visa combater o tráfico de drogas. No entanto, o volume de recursos empregados indica uma estratégia mais ampla. A ofensiva combina sanções econômicas, pressão diplomática e poder militar.

Petróleo no centro da disputa

Autoridades americanas veem o petróleo venezuelano como peça-chave da estratégia. O controle das exportações enfraquece o governo Maduro e amplia o isolamento internacional. Ao mesmo tempo, garante influência dos EUA sobre uma das maiores reservas do mundo.

Nesse cenário, o cerco militar funciona como instrumento de dissuasão. A mensagem é clara: Washington está disposto a manter a pressão por tempo indeterminado.