Enel acumula multas milionárias e mantém maioria sem pagamento em SP

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Enel São Paulo já recebeu R$ 374 milhões em multas aplicadas por órgãos reguladores desde 2020, mas ainda não quitou a maior parte desse valor. Segundo dados da Aneel, mais de 92% das penalidades seguem pendentes, somando cerca de R$ 345 milhões.

As sanções foram aplicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica e pela Arsesp em razão de falhas recorrentes na prestação do serviço na capital e na Grande São Paulo. Ainda assim, apenas duas das cinco multas foram efetivamente pagas, totalizando R$ 29 milhões.

Crise recente amplia pressão sobre a concessionária

O levantamento não inclui o apagão mais recente, que deixou mais de 2,2 milhões de imóveis sem energia no pico da crise. Mesmo assim, a Aneel já cobrou explicações formais da concessionária sobre a demora no restabelecimento do serviço.

Além disso, a Justiça paulista determinou na sexta-feira (12) a retomada imediata do fornecimento de energia, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento. A Enel foi notificada no sábado, mas a normalização só foi reconhecida na noite de domingo, o que pode gerar nova cobrança judicial.

Histórico de recursos e judicialização

Desde 2020, a Aneel aplicou cinco multas à Enel SP. Duas foram quitadas. Outras duas, que somam R$ 261,6 milhões, foram judicializadas pela empresa. A mais recente, no valor de R$ 83,7 milhões, ainda está em fase de recurso dentro da própria agência reguladora.

A penalidade mais elevada foi aplicada em 2023, quando a Aneel multou a concessionária em R$ 165,8 milhões. Até hoje, o valor não foi pago. No total, considerando também Rio de Janeiro e Ceará, estados onde a Enel atua, as multas aplicadas à empresa no país chegam a R$ 626,2 milhões.

Nova apuração após vendaval

Com a crise energética desta semana, a Aneel enviou um novo ofício à Enel exigindo um relatório técnico detalhado. A agência quer entender como a concessionária reagiu ao ciclone extratropical que atingiu São Paulo, provocando quedas de árvores, semáforos desligados e falhas em serviços essenciais.

Entre os pontos cobrados estão a cronologia das decisões, a mobilização de equipes, o funcionamento do atendimento ao consumidor e a compatibilidade da estrutura operacional da empresa com o tamanho da área atendida.

A Enel foi procurada para comentar as multas em aberto e as novas cobranças, mas não respondeu até a última atualização.