O dólar encerrou a terça-feira em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,4349. O movimento refletiu um dia de cautela, marcado por novas declarações de Flávio Bolsonaro sobre a disputa presidencial de 2026 e pela expectativa em torno das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto isso, o Ibovespa recuou levemente e operou em compasso de espera.
O ambiente político voltou a pesar sobre os mercados. Nessa segunda-feira, Flávio Bolsonaro afirmou que sua candidatura é “irreversível”, após ter sugerido que poderia desistir mediante um “preço”. A fala ganhou força com o apoio de Tarcísio de Freitas, que destacou lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para investidores, esse quadro adiciona incerteza ao cenário fiscal, já que a direita pode entrar dividida na próxima eleição, o que aumenta a percepção de risco.
Além disso, o senador recebeu partidos do Centrão em um jantar para buscar apoio. No entanto, nenhuma oficialização ocorreu. Analistas lembram que, em momentos de dúvida, o câmbio costuma reagir primeiro, com ajustes imediatos.
A agenda econômica também influenciou. Tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve iniciaram reuniões de política monetária. Aqui, o mercado espera manutenção da Selic em 15% ao ano. Nos EUA, projeta-se um corte de 0,25 ponto percentual. Esses movimentos são acompanhados de perto, pois afetam o fluxo global de capitais.
Cenário externo e mercado de trabalho dos EUA
No exterior, os dados de emprego receberam atenção. O relatório Jolts mostrou leve aumento nas vagas abertas, enquanto novas informações da ADP indicaram um ritmo moderado no setor privado. Ainda assim, o quadro sugere uma economia americana sem grandes pressões inflacionárias, o que reforça a chance de novos cortes de juros ao longo de 2026. Mesmo assim, investidores preferiram reduzir exposição antes da decisão oficial do Fed.
Aos poucos, o ambiente externo contribuiu para oscilações na bolsa brasileira. A queda em mercados asiáticos e o comportamento misto das bolsas europeias reforçaram a aversão ao risco. Ainda assim, setores ligados a commodities encontraram algum suporte com a melhora pontual nos preços internacionais.
Impacto sobre o investidor brasileiro
Para casas de análise, o dólar tende a seguir pressionado até que o quadro político fique mais claro. Isso porque, além das incertezas eleitorais, há dúvidas sobre quando o Banco Central iniciará o ciclo de cortes. Por isso, a cautela se impôs nesta terça-feira, com investidores equilibrando riscos internos e externos.
Ao final do dia, prevaleceu a leitura de que fatores políticos e expectativas sobre juros continuam guiando o câmbio e a bolsa. Enquanto isso, o mercado se prepara para nova rodada de ajustes após a Superquarta, que deve definir o tom das próximas semanas.
