‘Barbie humana’: laudos indicam morte acidental por uso de cocaína, afirma investigação

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A morte de Bárbara Jankavski Marquez, conhecida nas redes como Barbie humana, completou um mês sob dúvidas e versões conflitantes. Agora, porém, os laudos da Polícia Técnico-Científica e da Polícia Civil apontam para uma conclusão: a influenciadora de 31 anos sofreu uma intoxicação por cocaína que levou a um infarto. O caso, que mobilizou debates e suspeitas, deve ser encerrado como morte acidental.

O relatório obtido pelo g1 confirma que exames toxicológicos identificaram a presença da droga no organismo de Bárbara. Em seguida, a análise necroscópica indicou que o infarto teve relação direta com essa ingestão. As autoridades descartaram crime, agressão ou ataque cardíaco por doença prévia. Segundo os investigadores, a causa foi uma overdose.

Ainda assim, o Ministério Público e advogados da família contestam essa versão e levantam a possibilidade de violência.

O caso começou na noite de 2 de novembro, quando a Polícia Militar encontrou Bárbara sem vida na casa do defensor público Renato De Vitto, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo. Ele foi quem acionou o Samu, relatando que os dois estavam juntos, consumiram drogas e que ela teria adormecido antes de passar mal.

Renato disse ter tentado reanimá-la até a chegada da ambulância, mas os médicos apenas constataram o óbito por volta das nove da noite. A investigação ouviu o defensor, testemunhas e profissionais de saúde que atenderam a ocorrência.

Queda e ferimentos

Os primeiros relatos chamaram atenção porque a influenciadora estava seminua e apresentava lesões no olho e nas costas. Em depoimento, uma amiga do defensor disse que Bárbara havia escorregado e caído horas antes, num episódio que teria causado o ferimento no rosto. A Polícia Civil, após perícia no local e análise dos laudos, reforçou que os machucados são compatíveis com uma queda e não indicam agressão.

Essa avaliação também ajudou a afastar a hipótese de feminicídio. Para os peritos, não há sinais de luta, defesa ou violência que indiquem homicídio. O boletim de ocorrência da noite do fato foi registrado como morte súbita sem causa aparente. Depois, com os exames em mãos, os investigadores passaram a tratar o episódio como uma fatalidade relacionada ao consumo excessivo de cocaína.

A família, porém, insiste em novo aprofundamento. Advogados que representam os parentes de Bárbara afirmam que a linha do tempo tem lacunas e que nenhum elemento deve ser descartado. O Ministério Público ainda não pediu arquivamento.

Bárbara tinha mais de 400 mil seguidores somando Instagram e TikTok. Ficou conhecida como Boneca Desumana após as 27 cirurgias plásticas que fez para se aproximar do visual da Barbie.

Ela também havia participado de programas de televisão e entrevistas. A morte repentina gerou comoção entre fãs e alimentou críticas sobre uso de drogas, saúde mental e a pressão por padrões estéticos nas redes.

Renato De Vitto segue afastado das funções públicas sob licença médica alegando estresse pós-traumático desde o início do caso. A Defensoria Pública confirmou o afastamento, mas não comentou o inquérito. A Secretaria da Segurança Pública informou que o 7º Distrito Policial continua realizando diligências finais antes de enviar o relatório ao Judiciário.

No fim, os laudos técnicos pesam mais que as especulações. Entretanto, a contestação da família mantém a investigação em aberto até que todos os pontos sejam formalmente concluídos.