A prévia da inflação oficial voltou a subir em novembro. O IPCA-15 avançou 0,20% no mês, segundo o IBGE, e ficou levemente acima do que o mercado esperava. Ainda assim, o índice retornou ao intervalo da meta perseguida pelo Banco Central, o que reforça um cenário de estabilidade após meses de oscilação nos preços.
Serviços pressionam o índice, mas alimentos e combustíveis aliviam parte da alta
Nos últimos 12 meses, a variação acumulada chegou a 4,50%, exatamente no teto da meta de inflação. No ano, o índice soma 4,15%. Embora o avanço tenha sido maior do que o projetado pelos analistas, o resultado manteve a tendência de desaceleração que vinha sendo registrada desde o início do segundo semestre.
Sete dos nove grupos pesquisados tiveram aumento em novembro. O maior impacto partiu de Despesas Pessoais, que subiu 0,85%. Hospedagens e pacotes turísticos impulsionaram essa alta, sobretudo em cidades que receberam eventos e aumento temporário de demanda. Além disso, serviços relacionados ao turismo também tiveram influência significativa no resultado geral.
Saúde e Cuidados Pessoais avançou 0,29%. O reajuste dos planos de saúde manteve esse grupo em trajetória de alta. Já Transportes subiu 0,22%, puxado por uma forte elevação nas passagens aéreas, que aumentaram 11,87%.
Essa variação representou o maior impacto individual do mês.
Apesar da pressão dos serviços, os combustíveis ajudaram a limitar o avanço do índice. Gasolina, etanol e diesel recuaram. Somente o gás veicular apresentou alta. Ademais, Alimentação e Bebidas voltou ao campo positivo após cinco meses de queda, mas ainda apresentou recuo na alimentação dentro de casa. Leite longa vida, arroz e frutas ficaram mais baratos, enquanto batata, carnes e óleo de soja subiram.
A alimentação fora do domicílio acelerou para 0,68%. Refeições e lanches contribuíram para esse movimento. Em Belém, por exemplo, a realização da COP elevou os preços ligados a hospedagem, alimentação e transporte, o que acabou sendo captado na coleta do índice.
O grupo Habitação subiu 0,09%. A energia elétrica reduziu o ritmo de queda, mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1. Aluguel e condomínio também avançaram, o que reforçou o impacto do grupo no índice geral.
Economistas avaliam que o resultado ficou um pouco acima do esperado, porém ainda indica continuidade do processo de desinflação. Itens industriais tiveram nova queda e compensaram parte da surpresa nos serviços. Para os próximos meses, há expectativa de recuo nas passagens aéreas, já que promoções e ajustes pós-feriados tendem a reduzir preços.
Com a prévia de novembro novamente dentro da meta, o Banco Central segue acompanhando o comportamento da inflação. A instituição espera que a combinação de demanda moderada e alívio em bens industriais ajude a manter o índice sob controle.
