A crise nos Correios atingiu um nível crítico e exige ações imediatas. A estatal amarga doze trimestres consecutivos de prejuízos financeiros. Por isso, a direção decidiu recorrer ao mercado bancário para garantir sua sobrevivência. A nova gestão aprovou um plano de reestruturação nesta quarta-feira. O objetivo central é estancar a sangria de recursos e manter a operação logística.
A empresa anunciou que deve finalizar a captação de um empréstimo ainda neste mês de novembro. O valor total chega a R$ 20 bilhões e virá de um consórcio de bancos. O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, já havia adiantado essas medidas no início de outubro. Agora, os conselhos da empresa deram o aval definitivo para o projeto. O plano foca em recuperação financeira, consolidação do modelo e crescimento estratégico.
A direção não descarta cortes profundos para atingir essas metas ambiciosas. A empresa deve implementar um Programa de Demissão Voluntária nos próximos doze meses. Além disso, haverá uma revisão para reduzir custos com os planos de saúde dos funcionários. A reestruturação da rede de atendimento será severa. A estatal estuda eliminar até mil pontos considerados deficitários em todo o país. Outra medida inclui a venda de imóveis parados. A expectativa é arrecadar R$ 1,5 bilhão com essa monetização de ativos.
Déficit bilionário e riscos futuros
O cenário fiscal da empresa é alarmante atualmente. Os Correios registraram um déficit líquido de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. Contudo, a direção defende a função social da companhia. Eles afirmam que a universalização dos serviços postais é um compromisso inegociável. O argumento é que apenas a estatal atende municípios de difícil acesso com serviços essenciais.
A aposta da gestão é que a execução fiel deste plano trará resultados rápidos. A meta é reduzir o rombo já em 2026. Posteriormente , esperam retomar a geração de lucro em 2027. Todavia, os riscos da operação são elevados. A dependência de crédito bancário e a concorrência privada podem dificultar o processo. Em suma, a eficiência terá que prevalecer sobre a burocracia para salvar a estatal.
