Um protesto realizado no início da noite desta terça-feira (11), durante o segundo dia da COP30 em Belém, deixou um segurança ferido e bloqueou temporariamente a saída de participantes credenciados na blue zone — área onde ocorrem as negociações oficiais da conferência da ONU sobre o clima.
O incidente aconteceu por volta das 19h20, pouco depois da entrevista coletiva que apresentou o balanço do dia. Segundo a organização, um grupo de manifestantes tentou forçar a entrada no pavilhão principal.
Confronto com seguranças
De acordo com relatos e vídeos registrados no local, o protesto começou quando dezenas de pessoas, algumas vestindo trajes indígenas, ultrapassaram os portões de entrada e as máquinas de raio-x. Em seguida, se espalharam pelo saguão próximo à área de credenciamento.
Logo depois, outro grupo com bandeiras de movimentos estudantis e faixas contra a exploração de petróleo se juntou à manifestação. Os manifestantes tentaram avançar em direção aos espaços internos da conferência, mas foram contidos pelos seguranças.
Durante o confronto, um dos agentes ficou ferido. A confusão gerou correria e o bloqueio temporário da saída dos participantes. Após alguns minutos, os manifestantes foram retirados e a circulação voltou ao normal. A segurança foi reforçada com apoio da Polícia Militar, e não há registro de prisões.
Resposta da organização e reforço da segurança
O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, afirmou que o caso está sendo tratado de acordo com os protocolos de segurança da ONU. “Nós fazemos pactos pacíficos de convivência com os movimentos sociais. A ONU está aqui para garantir a integridade de todos os participantes”, declarou.
Após o episódio, representantes do governo federal e da ONU realizaram uma reunião de emergência para avaliar as causas do incidente. A entrada dos trabalhadores noturnos no pavilhão foi adiada por precaução.
Marcha Global Saúde e Clima nega envolvimento
Mais cedo, cerca de três mil pessoas participaram da Marcha Global Saúde e Clima, que percorreu 1,5 km até o local da conferência. O movimento, formado por profissionais da saúde, estudantes e lideranças indígenas, negou qualquer relação com o protesto que resultou na tentativa de invasão.
“As organizações que integram a Marcha Global Saúde e Clima vêm a público esclarecer que não têm qualquer relação com o episódio ocorrido na entrada da Zona Azul da COP30 após o encerramento da marcha”, afirmou a organização em nota.
A marcha teve como foco a defesa de políticas públicas de saúde e meio ambiente, reforçando o papel das populações tradicionais e dos profissionais de saúde na agenda climática.
