Após a vitória do Bahia por 2 a 1 sobre o Bragantino, o técnico Rogério Ceni fez um desabafo sobre o clima de hostilidade em torno da arbitragem no futebol brasileiro. Durante a coletiva, o treinador defendeu os árbitros, pediu profissionalização da categoria e criticou o comportamento de jogadores e técnicos.
“Com o contexto que o futebol chegou, com tanta pressão, a profissionalização da arbitragem diminuiria os erros. Mas o problema é o comportamento. Precisamos de regras mais claras e punições mais firmes”, afirmou Ceni.
O treinador citou exemplos recentes, como a expulsão de Plata, do Flamengo, e criticou a falta de critério em lances semelhantes. “Em vários jogos, o causador da confusão não leva nada. É preciso aplicar as regras com mais coerência”, disse.
“O jogador brasileiro é muito chato”
Rogério Ceni também apontou que o comportamento dos próprios protagonistas do jogo contribui para a má imagem da arbitragem. Segundo ele, o excesso de reclamações e a demora em repor a bola interrompem o ritmo das partidas.
“Temos que deixar de ser tão chatos e permitir que o árbitro apite de forma tranquila. O jogador brasileiro é muito chato, os treinadores são chatos, e os goleiros fazem muita cera. Precisamos dar mais condições e respeito ao árbitro”, desabafou o técnico do Bahia.
Durante a entrevista, Ceni ainda destacou que a profissionalização dos árbitros deveria vir acompanhada de melhores salários e estrutura de trabalho. “Quando se paga melhor e se oferece condições, o risco de erro cai. É uma questão de investimento”, completou.
“O VAR faz muita bagunça”
Apesar da defesa da arbitragem, o treinador não poupou críticas ao uso do árbitro de vídeo no Brasil. Para ele, o VAR tem interferido de forma exagerada e prejudicado o andamento das partidas.
“O VAR faz muita bagunça aqui. Atrasa o jogo, entra onde não deve, chama o que não precisa. Eles têm todos os ângulos possíveis e mesmo assim erram. Isso não pode acontecer”, afirmou.
Ceni acredita que o excesso de comunicação entre o árbitro principal e a equipe do VAR gera confusão. “Com tanta gente falando no ouvido dele, o árbitro se perde. O ideal seria reduzir as interferências e permitir que ele tenha autonomia em campo”, opinou.
O Bahia volta a campo nesta quarta-feira, às 20h (horário de Brasília), contra o Atlético-MG, na Arena MRV, pelo Campeonato Brasileiro.
