As investigações sobre o plano de execução do promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e do coordenador regional de presídios do Oeste Paulista, Roberto Medina, indicam que o esquema estava em estágio avançado. Segundo a Polícia Civil, os criminosos já pesquisavam veículos que seriam usados no atentado.
A descoberta foi feita durante a Operação Recon, deflagrada nesta sexta-feira (24) em Presidente Prudente e outras cidades da região. A ação conjunta envolveu diferentes forças de segurança e teve o objetivo de frustrar a tentativa de assassinato planejada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com o delegado Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, os investigados já destruíam provas, inclusive de forma remota. “Até veículos próprios para executar o plano eles já estavam pesquisando para a compra”, afirmou.
Monitoramento de autoridades e destruição de provas
O delegado explicou que as investigações reuniram evidências sólidas sobre o monitoramento das vítimas e de seus familiares. Segundo ele, os criminosos faziam levantamentos detalhados da rotina das autoridades. “Não há dúvidas de que esses integrantes da facção tinham a missão de realizar o levantamento de rotina e, de fato, o fizeram”, disse Pedrão.
As interceptações telefônicas também mostraram que os suspeitos tentavam se desfazer de aparelhos eletrônicos para eliminar registros de comunicação. “Coletamos diversos aparelhos, inclusive os que estavam escondidos e com bateria quase cheia. Esses materiais guardam informações que podem ajudar o avanço das investigações”, completou.
Durante a operação, três pessoas foram detidas. Um dos suspeitos prestou depoimento e foi liberado, enquanto os outros dois seguem presos.
Mandados e apreensões
A Operação Recon cumpriu 25 mandados de busca em sete municípios do Oeste Paulista: Presidente Prudente, Álvares Machado, Martinópolis, Pirapozinho, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes e Santo Anastácio.
Entre os itens apreendidos estão:
- 4,36 kg de drogas;
- um simulacro de arma de fogo;
- 30 munições de calibre 380;
- uma motocicleta, uma motoneta, um carro e uma camionete;
- cerca de R$ 7.600 em dinheiro;
- celulares, notebooks, computadores e anotações ligadas ao caso.
O delegado explicou que algumas pessoas presas davam suporte logístico aos criminosos. “Elas guardavam materiais e repassavam informações de forma fragmentada, para evitar rastreamento”, afirmou.
Próximos passos
As forças de segurança seguem analisando o material apreendido. O objetivo é identificar a cadeia de comando dentro da facção e descobrir quem repassou as ordens. “Sabemos quem recebeu a missão e quem repassou as informações. Agora vamos identificar até onde isso chegou dentro da facção”, concluiu o delegado.
