No Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes elevou o tom. Durante a sessão desta terça-feira, 9, o ministro afirmou que o país “quase voltou a uma ditadura” porque Jair Bolsonaro e seus aliados se recusaram a aceitar a derrota eleitoral. Relator da chamada trama golpista, ele classificou as ações do grupo como a atuação de uma organização criminosa.
Moraes relembrou o atentado em Brasília, quando uma bomba foi colocada em um caminhão às vésperas do Natal. O episódio, segundo ele, não pode ser tratado como fato isolado. Era parte de um plano maior para manter Bolsonaro no poder a qualquer custo.
“Quem perde vira oposição e se prepara para a próxima eleição. Quem ganha governa pelo voto popular. Não é possível admitir a tentativa de permanecer no poder pela força, pela intimidação ou pela violência”, declarou.
Ao longo de sua fala, Moraes listou atos que marcaram o período: ameaças ao Judiciário, depredações em Brasília, bombas em aeroportos e até a invasão que ficou conhecida como Festa da Selma. Para o ministro, todos esses eventos integraram um roteiro golpista.
Ele também destacou que não se pode normalizar a ideia de assassinar um presidente da República. “O Brasil demorou décadas para consolidar a democracia. Foram anos de ditadura, mortes, tortura, desaparecimentos. Não é possível banalizar um retorno àquele tempo sombrio”, afirmou.
O julgamento da trama golpista continua no plenário do STF e deve definir a responsabilidade de Bolsonaro e aliados nos ataques às instituições.