O traficante mais procurado do Brasil leva uma vida de luxo em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, enquanto autoridades brasileiras seguem sem conseguir capturá-lo. Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Mijão”, “Xixi” ou “2X”, é apontado pelo Ministério Público como o número um do PCC em liberdade.
Vida de luxo e proteção em Santa Cruz
Segundo documentos obtidos pelo Fantástico, Sérgio já viveu em ao menos seis mansões de alto padrão na Bolívia. Em uma delas, o aluguel mensal chegava a R$ 30 mil. Outras residências contavam com quadra de tênis, campo de futebol, piscinas e até um lago. Ele circula protegido por muros altos e segurança reforçada.
O criminoso utiliza identidade falsa em nome de Sérgio Noronha Filho. De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, foi enviado à Bolívia por Gegê do Mangue para supervisionar o envio de cocaína ao Brasil. Desde então, ganhou espaço e poder dentro da facção.
Nascido em Campinas (SP), Sérgio iniciou sua trajetória no crime ainda jovem. Em 2013, já era monitorado pelo DEA, nos EUA, por integrar quadrilhas que operavam na fronteira com Paraguai e Bolívia. Mesmo foragido, foi flagrado em eventos esportivos e em viagens pelo litoral paulista.
Em Santa Cruz, mantém rotina de festas e encontros com amigos. Vídeos mostram o traficante sorridente, cercado de familiares e protegido por aliados. A cidade também já serviu de refúgio a outros líderes do PCC, como Fuminho e André do Rap.
Investigações revelam que o grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão entre 2018 e 2019. Sérgio aparece em registros em bares e restaurantes sem ser incomodado por autoridades. Documentos apreendidos indicam uso de empresas, hotéis e ferros-velhos para lavagem de dinheiro.
Mesmo incluído na difusão vermelha da Interpol, continua solto. O monitoramento de parentes e amigos não foi suficiente para garantir sua prisão. Recentemente, fotos publicadas por familiares revelaram sua presença em um condomínio de luxo com lago artificial.
A Polícia Federal afirma que coopera com autoridades bolivianas. Contudo, denúncias de corrupção e proteção a criminosos seguem dificultando avanços.