O governo Trump mandou reforços para o sul do Caribe. Segundo a Reuters, o cruzador USS Lake Erie e o submarino nuclear USS Newport News seguirão para perto da costa da Venezuela no início da próxima semana. A ampliação ocorre dias após o envio de destróieres, navios anfíbios, aviões P-8 e cerca de 4 mil militares. Oficialmente, a missão mira organizações do narcotráfico classificadas por Washington como “narcoterroristas”.
Além disso, autoridades americanas evitam detalhar tarefas específicas. O gesto, porém, tem claro recado político. A presença reforça ações de inteligência e de interdição no mar. Ao mesmo tempo, aumenta a pressão direta sobre o regime de Nicolás Maduro.
Missão, reações e riscos
De acordo com a Casa Branca, cartéis que operam rotas no Caribe foram equiparados a grupos terroristas. Por consequência, Washington vinculou Maduro a essa rede criminosa. Também elevou a recompensa por informações que levem à sua prisão para US$ 50 milhões. Em paralelo, governos da região passaram a adotar designações semelhantes para o Cartel de los Soles. Como resultado, o cerco diplomático se ampliou.
Caracas reagiu com mobilização. Maduro falou em “ameaças” dos EUA e disse ter colocado 4,5 milhões de milicianos em prontidão. Entretanto, há dúvidas sobre a capacidade militar do país. Relatórios do IISS apontam restrições de prontidão na Força Aérea e na Marinha, devido a sanções e à crise econômica. Assim, o discurso de força convive com limitações operacionais.
Na prática, a presença naval envia um aviso e reduz espaço para erro. Contudo, o ambiente fica mais volátil. Aeronaves de patrulha, navios de maior porte e um submarino nuclear elevam o risco de incidentes. Por fim, o próximo passo dependerá da leitura de cada lado. Se houver nova escalada, o impasse pode sair da dissuasão e entrar em medidas mais duras.