A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a COP30 em Belém enfrenta um grande desafio logístico. Segundo ela, o principal problema não é a falta de leitos, mas o valor cobrado pela hospedagem. A rede hoteleira chega a cobrar até dez vezes mais que o preço normal. “Isso é inaceitável”, disse.
Em outras edições da conferência, a alta chegou a três vezes o valor original. Para tentar conter os custos, o governo vai oferecer seis mil vagas em navios de cruzeiro. Cada leito custará US$ 600, com subsídio total de R$ 30 milhões. Marina afirma que esse preço está na média praticada em eventos semelhantes.
Vetos no licenciamento e transição energética
A ministra também falou sobre os vetos ao Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental. Ela explicou que o objetivo foi preservar direitos de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. “Tudo que representava retrocesso foi vetado”, afirmou. Marina disse esperar que o Congresso mantenha a decisão para evitar prejuízos ambientais e jurídicos.
No campo internacional, a meta é mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para a transição energética global. O valor é muito superior aos US$ 300 bilhões acordados na última conferência. A ausência dos Estados Unidos no Acordo de Paris, segundo ela, é “desgraçadamente lamentável”. Ainda assim, Marina acredita que o mundo seguirá cobrando compromissos.
Sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a ministra defendeu um “caminho do meio”. Para ela, países ricos devem liderar a redução do uso de combustíveis fósseis. Marina também comentou ataques pessoais que sofreu e destacou a mobilização da sociedade em sua defesa, classificando-a como a melhor resposta às críticas.