Confusão na Câmara termina com Nikolas Ferreira ferido e mesa quebrada após visita de Bolsonaro

A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira, 21, terminou em tumulto, confusão e ferimentos. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi atingido no rosto e saiu com um corte visível, sangrando logo abaixo do olho. O incidente ocorreu no momento em que Bolsonaro deixava uma reunião com parlamentares da bancada bolsonarista.

De acordo com informações divulgadas pela assessoria de Nikolas e confirmadas pelo g1, o deputado teria sido atingido acidentalmente por um microfone durante o empurra-empurra da saída. O impacto causou o corte e o deixou “meio tonto”, segundo relato de sua equipe. Apesar do susto, ele passa bem.

Ainda durante o tumulto, uma mesa de vidro foi quebrada, aumentando a tensão no ambiente e gerando repercussão nas redes sociais. A deputada Carol de Toni (PL-SC) também estava presente e confirmou o ferimento de Nikolas aos jornalistas.

Restrições e protestos

O encontro entre Bolsonaro e parlamentares do PL ocorria a portas fechadas. Havia expectativa de que o ex-presidente concedesse uma coletiva ao fim da reunião, mas ele acabou desistindo após ser alertado sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a transmissão de entrevistas com Bolsonaro pelas redes sociais.

Ainda assim, Bolsonaro falou brevemente com a imprensa e exibiu a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação judicial. Ele reafirmou ser inocente e classificou a medida como uma “máxima humilhação”.

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país”, disse Bolsonaro ao mostrar o equipamento.

A tornozeleira foi imposta após a Procuradoria-Geral da República apontar risco de fuga do país e intimidação contra ministros do STF e agentes da Polícia Federal. As medidas cautelares foram aplicadas no contexto da investigação que apura supostos atos de coação e tentativa de interferência nos processos em curso, especialmente após o tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, medida que, segundo a PGR, teria sido usada como argumento de chantagem por Bolsonaro em busca de anistia.

A investigação também envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA e é acusado de atuar contra instituições brasileiras a partir do exterior.