Morte no Autódromo de Interlagos: Polícia identifica suspeitos e apura omissão de nomes por empresa de segurança

A Polícia Civil de São Paulo deu um passo importante na investigação da morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos, encontrado em um buraco nas dependências do Autódromo de Interlagos no início de junho. Cinco pessoas já são consideradas suspeitas, entre elas um segurança com passagens pela polícia e histórico como lutador de jiu-jitsu.

O corpo de Adalberto foi localizado no dia 3 de junho por um funcionário da obra no local, três dias após seu desaparecimento. Ele havia ido a um festival de motos no autódromo e foi visto pela última vez caminhando pelo estacionamento do evento, conforme imagens captadas por câmeras de segurança. Desde então, a morte, confirmada como violenta e provocada por asfixia, tem sido tratada como um caso de alta complexidade pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Investigações avançam e empresa de segurança vira foco

Durante as diligências realizadas nesta sexta-feira, 18, a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na capital paulista. Quatro pessoas foram levadas à delegacia para prestar depoimento, incluindo três ligadas diretamente à segurança do evento. O quinto suspeito não foi localizado até o momento.

Um dos conduzidos, que já tem antecedentes por furto, associação criminosa e ameaça, não constava na lista oficial de funcionários da empresa de segurança fornecida à polícia. No imóvel onde foi localizado, os agentes encontraram 21 munições calibre 38, sem justificativa legal para a posse. Ele foi autuado, mas liberado após o pagamento de fiança.

Segundo o secretário-executivo da Segurança Pública, Nico Gonçalves, o fato de dois dos principais suspeitos estarem fora da lista oficial causou estranheza. “Eles estavam em posições de comando. Obtivemos uma segunda lista, que não coincide com a primeira fornecida pela empresa”, afirmou em coletiva.

A empresa de segurança responsável pelo serviço no dia do evento agora está sob investigação por possível omissão de informações e obstrução da apuração dos fatos.

Morte por asfixia e possíveis causas em análise

Laudo pericial apontou que Adalberto foi vítima de asfixia, mas ainda não se sabe se ele foi morto antes ou depois de ser colocado no buraco — um espaço estreito de três metros de profundidade e apenas 70 centímetros de diâmetro. O corpo foi encontrado sem calça nem tênis, o que levanta outras dúvidas sobre as circunstâncias do crime.

As marcas no pescoço do empresário indicam uma possível esganadura, mas a hipótese de compressão torácica também é considerada, segundo fontes ligadas ao DHPP.

Agora, a polícia busca esclarecer o que ocorreu no intervalo entre o desaparecimento e o achado do corpo, além de apurar o possível envolvimento de outros colaboradores do evento.