Edu Guedes retira tumor no pâncreas e baço em cirurgia de grande porte, mas com boa recuperação

O chef e apresentador Edu Guedes passou por uma cirurgia delicada para retirada de um tumor localizado na cauda do pâncreas. O procedimento, realizado com sucesso, também envolveu a remoção do baço e exigiu seis horas de duração. Segundo os médicos, a localização do tumor permitiu uma abordagem cirúrgica menos invasiva do que em outros casos de câncer pancreático.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Edu explicou que o tumor foi identificado ainda em estágio inicial, durante exames para uma crise renal. O diagnóstico precoce foi determinante para o sucesso da cirurgia, chamada pancreatectomia corpo-caudal com esplenectomia. A operação consistiu na remoção da cauda do pâncreas e do baço, órgãos próximos que compartilham vasos e drenagem linfática, o que aumenta os riscos de disseminação do câncer.

De acordo com o cirurgião Rodrigo Surjan, do Hospital Nove de Julho, a retirada da cauda do pâncreas é uma alternativa menos complexa em comparação à remoção da cabeça do órgão, que exige reconstruções no sistema digestivo. Ainda assim, trata-se de uma intervenção de grande porte, com cuidados específicos no pós-operatório — sobretudo após a remoção do baço, órgão essencial para o sistema imunológico.

Após alguns dias de internação na UTI, Edu segue em recuperação e já faz fisioterapia respiratória. Ele relatou estar bem e animado para voltar para casa.

O caso reacende o alerta para o câncer de pâncreas, que, embora represente apenas cerca de 3% dos tumores sólidos, está entre os mais letais. Segundo o oncologista Stephen Stefani, do grupo Oncoclínicas, os sintomas costumam surgir apenas em fases avançadas da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entre os sinais estão dor abdominal, perda de peso, fraqueza e icterícia.

Por isso, em casos iniciais e com localização favorável, como o de Edu, a cirurgia continua sendo a melhor opção. Tumores que comprometem vasos sanguíneos ou órgãos próximos geralmente exigem quimioterapia e radioterapia como tratamento primário.

Outro ponto de atenção é a faixa etária dos pacientes. Segundo Surjan, o câncer de pâncreas tem sido cada vez mais diagnosticado entre adultos jovens. Alimentação inadequada, obesidade e histórico familiar são fatores de risco importantes. Além disso, condições como diabetes tipo 2, tabagismo, pancreatite crônica e mutações genéticas, como o gene BRCA2, também estão associados ao surgimento da doença.

No caso do apresentador, a detecção precoce foi crucial.

“Tive sorte por ter feito os exames. Se não fosse por causa do cálculo renal, talvez eu nem soubesse que tinha o tumor”, afirmou.