Terra terá dia mais curto do ano nesta quarta-feira por aceleração na rotação

Nesta quarta-feira, 9, a Terra completa sua rotação em menos tempo que o habitual. Com uma aceleração quase imperceptível, o planeta encerrará seu giro em torno do próprio eixo com 1,3 milissegundo a menos que as tradicionais 24 horas, o equivalente a 86.398,7 segundos.

Embora possa soar incomum, esse tipo de variação tem sido registrado com mais frequência nos últimos anos. Desde 2020, os dias ligeiramente mais curtos se tornaram eventos recorrentes. Em 2005, por exemplo, o recorde anterior foi de 1,05 milissegundo a menos que o padrão.

Segundo especialistas, esse encurtamento não oferece riscos e dificilmente seria notado no dia a dia. Um piscar de olhos, por exemplo, dura em média 300 milissegundos, mais de 200 vezes mais rápido do que a diferença registrada na rotação da Terra.

Oscilações naturais e possíveis causas

Ainda não há uma explicação definitiva para esse comportamento, mas fatores como a movimentação do núcleo da Terra, terremotos, derretimento de calotas polares e mudanças nas correntes oceânicas podem influenciar a velocidade do planeta.

Este ano, outros dois dias também devem registrar aceleração semelhante: 22 de julho e 5 de agosto. Nesses casos, o tempo de rotação será até 1,51 milissegundo mais curto.

Ajustes no tempo oficial

Mesmo que não interfira na rotina das pessoas, essa diferença pode causar descompasso entre o tempo real e o registrado por relógios atômicos. Por isso, desde 1973, os cientistas recorrem ao chamado “segundo bissexto”, que pode ser acrescentado ou retirado do tempo oficial para manter a sincronia.

Até agora, o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) já adicionou 27 segundos ao tempo oficial. Caso a tendência de aceleração continue, o mundo poderá precisar, pela primeira vez, subtrair um segundo do relógio universal.