Conclave começa nesta quarta: quem pode ser o novo papa?

A partir desta quarta-feira, 7, todos os olhos do mundo católico se voltam para o Vaticano, onde será iniciado o conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica. Com a morte do papa Francisco no último dia 21 de abril, os cardeais se reúnem agora para definir não apenas um nome, mas também os rumos espirituais e políticos de uma instituição com mais de 1,3 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo.

Ao todo, 133 cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Entre os mais cotados para assumir o trono de São Pedro, há representantes de diferentes continentes e vertentes ideológicas. Da corrente mais próxima do legado de Francisco — marcada por abertura a minorias e foco nos pobres — até nomes de postura mais tradicionalista e conservadora.

Entre os favoritos estão o francês Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, cuja simplicidade e compromisso com causas sociais o aproximam do perfil de Francisco.

Também ganham destaque o italiano Pietro Parolin, diplomata de longa trajetória no Vaticano e atual secretário de Estado, e o húngaro Péter Erdő, com histórico de defesa da tradição doutrinária europeia.

Outro nome que movimenta bastidores é o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, apontado como o “Francisco da Ásia”. Carismático e firme defensor da justiça social, ele desponta como potencial primeiro papa asiático da história. O maltês Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, também é observado de perto por sua crescente influência nas reformas internas da Igreja.

A América Latina também está representada na disputa, com o brasileiro Leonardo Steiner, primeiro cardeal da Amazônia, que passou por diversas dioceses e é reconhecido por seu envolvimento com pautas sociais e indígenas. Já dos Estados Unidos, surge o nome de Joseph Tobin, arcebispo de Newark, com histórico progressista e forte posicionamento em defesa de imigrantes e da comunidade LGBTQIA+.

O conclave traz ainda um potencial ineditismo: Peter Turkson, de Gana, pode se tornar o primeiro papa da África Subsaariana, o que seria um marco histórico para a Igreja em um continente onde o catolicismo cresce a passos largos.

Outro italiano com chances reais é Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e atual presidente da Conferência Episcopal Italiana. Conhecido por sua atuação popular e proximidade com os mais pobres, Zuppi representa uma linha pastoral semelhante à de Francisco, mas enfrentaria resistências internas devido à gestão da crise dos abusos na Igreja italiana.

A expectativa é de que o conclave se resolva em poucos dias. A decisão final dependerá não só da liderança espiritual de cada candidato, mas também de alianças internas entre os cardeais e do equilíbrio entre tradição e renovação. O mundo aguarda não apenas um novo papa, mas uma nova direção para a Igreja Católica no século XXI.