Ex-assessores de Collor também são condenados em ação que levou ex-presidente à prisão

Dois antigos aliados do ex-presidente Fernando Collor foram sentenciados a penas alternativas, enquanto ele inicia o cumprimento de prisão em regime fechado. A ação penal, originada na Lava Jato, expôs detalhes do esquema de corrupção envolvendo a BR Distribuidora e figuras próximas ao ex-senador.

Além de Fernando Collor, que foi condenado a 8 anos e 10 meses de reclusão, a mesma ação no Supremo Tribunal Federal resultou na punição de Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e Luís Pereira Duarte de Amorim. Embora tenham escapado da prisão em regime fechado, ambos começaram a cumprir penas de limitação de fim de semana e prestação de serviços comunitários.

Pedro Paulo, ex-secretário de Assuntos Estratégicos durante o governo Collor, foi condenado por corrupção passiva. Já Luís Amorim, descrito pela Procuradoria-Geral da República como “testa de ferro” do ex-presidente, foi absolvido da acusação de corrupção, mas responsabilizado por lavagem de dinheiro.

O esquema de corrupção teria movimentado mais de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014. Segundo a PGR, os valores circulavam através de empresas de comunicação ligadas a Collor, como a Gazeta de Alagoas e a TV Gazeta, ambas administradas por Amorim à época. Já Pedro Paulo, dono da GPI Participações, teria operado financeiramente para o ex-presidente, reunindo recursos ilícitos a partir de contratos da BR Distribuidora.

O caso, que começou a ser desvendado nas fases iniciais da Lava Jato, expôs uma rede complexa de lavagem de dinheiro envolvendo figuras públicas e privadas. Documentos apreendidos em empresas do doleiro Alberto Youssef ajudaram a revelar depósitos suspeitos nas contas pessoais e corporativas de Collor, como comprovantes de valores que ultrapassaram os R$ 50 mil.

Enquanto Collor cumpre pena no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, Pedro Paulo e Luís Amorim iniciaram o cumprimento das penas alternativas.

Em nota, a defesa de Amorim manifestou respeito às decisões judiciais, enquanto o advogado de Pedro Paulo não se pronunciou.

A ação contra Collor se tornou um símbolo dos desdobramentos da Lava Jato no meio político. Segundo autoridades, além dele, apenas Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, ainda cumpre pena definitiva relacionada à operação.