Baiano desaparecido há três anos é encontrado na Costa Rica e revela jornada por seis países

Depois de três anos sem dar notícias, o baiano Marisvaldo dos Santos Silva voltou para casa. Ele foi deportado da Costa Rica no último domingo, 20, após ser flagrado sem documentos. Desde 2022, sua família em Salvador não tinha informações sobre seu paradeiro. Agora, Marisvaldo revelou que percorreu pelo menos seis países, sobreviveu fazendo “bicos” e recebeu abrigo de outros imigrantes.

A jornada começou em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. De lá, Marisvaldo partiu de bicicleta, mas também usou ônibus e barcos para se deslocar. O último ponto em que esteve no Brasil foi Roraima. Em seguida, cruzou a Venezuela e passou por Colômbia, Panamá, Guatemala, México e Estados Unidos, até chegar à Costa Rica.

Segundo ele, trabalhou lavando carros e prestando pequenos serviços em borracharias. Durante o período no exterior, usou apenas a carteira de habilitação brasileira como identificação. Por escolha própria, evitou qualquer contato com a família. “Não queria preocupá-los”, explicou ao g1, após desembarcar em Salvador.

Marisvaldo foi recepcionado pela mãe, Maria dos Santos, no Aeroporto Internacional de Salvador. O reencontro emocionou a família.

“Foram anos de choro, dor e incerteza. Mas graças a Deus, ele voltou”, disse a mãe, com os olhos marejados.

Apesar do alívio, a família ainda enfrenta desafios. Marisvaldo tem diagnóstico de esquizofrenia, mas resiste ao tratamento. Segundo a mãe, ele deixou de tomar os remédios e não aceita acompanhamento médico. Para ela, a condição pode ter influenciado nas decisões do filho e nas longas ausências. Em 2020, ele já havia desaparecido por alguns dias e foi encontrado no Espírito Santo.

Inicialmente, o retorno à Bahia seria por ônibus, já que a família não tinha condições de comprar a passagem aérea. No entanto, parentes conseguiram parcelar o valor no cartão de crédito e encurtaram a viagem. Agora, Marisvaldo ficará na casa da mãe, no bairro de Pernambués. Depois, deve voltar ao imóvel onde morava antes do desaparecimento.

Mesmo com as dificuldades, o reencontro reacendeu a esperança. “Quero apagar o passado e construir um futuro melhor”, disse ele, emocionado.