O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira, 7, o uso do novo crédito consignado privado como ferramenta para reorganizar as finanças pessoais. Segundo ele, o ideal é que os trabalhadores utilizem o empréstimo para substituir dívidas caras, como as do cartão de crédito, por alternativas mais baratas e com juros controlados.
Ministro reforça que objetivo é aliviar dívidas, e não incentivar consumo em meio à pressão inflacionária.
A proposta do governo busca incentivar o uso responsável do novo empréstimo consignado voltado a trabalhadores com carteira assinada no setor privado. O crédito, lançado com apoio do Planalto, permite que parcelas sejam descontadas diretamente da folha de pagamento, o que tende a reduzir os riscos para os bancos e, consequentemente, as taxas de juros.
“Troque sua dívida cara por uma barata”, disse Haddad, em declaração transmitida ao vivo.
Segundo o ministro, o foco não é incentivar o consumo, mas sim oferecer uma saída para quem já se encontra endividado, muitas vezes pagando juros abusivos em modalidades como o rotativo do cartão de crédito, crédito pessoal ou empréstimos informais.
A fala do ministro vem em meio a críticas do mercado financeiro, que teme que o programa possa ter efeito colateral sobre a inflação.
Para analistas, liberar crédito em um momento em que os preços já estão pressionados pode estimular ainda mais a demanda, gerando aquecimento da economia e dificultando o controle da inflação.
Haddad, porém, rebate a visão de que o programa contribui para o aumento do consumo. Ele argumenta que o objetivo central da medida é permitir que o trabalhador recupere o controle das finanças e saia do ciclo de endividamento.
Dados divulgados recentemente mostram que o Distrito Federal lidera a média de empréstimos por trabalhador no consignado CLT, o que revela uma demanda crescente por renegociação de dívidas no mercado formal.
A equipe econômica busca alinhar o discurso para reforçar que o novo crédito não representa estímulo ao endividamento descontrolado, mas sim uma oportunidade de reorganização financeira para milhões de brasileiros.