A Páscoa de 2025 será marcada por preços mais altos e menor oferta de ovos de chocolate. O custo do cacau disparou no mercado internacional, registrando um aumento de 190% nos últimos dois anos. Em dezembro, a tonelada da amêndoa atingiu US$ 11.040 na Bolsa de Nova York, um crescimento de 163% em relação ao mesmo mês de 2023.
A alta do cacau é consequência de problemas climáticos nas principais regiões produtoras do mundo, especialmente na África, que responde por 70% da produção global. A Costa do Marfim, maior produtora mundial, enfrenta uma queda expressiva na safra devido ao impacto do El Niño, que trouxe estiagem, chuvas excessivas e doenças nas lavouras.
O Brasil, apesar de ser o sexto maior produtor mundial, não consegue suprir sua própria demanda. Em 2024, o mercado brasileiro precisou de 229 mil toneladas de cacau, mas colheu apenas 179 mil, uma redução de 18,5% em relação ao ano anterior. Com a baixa oferta, o preço do chocolate já subiu para o consumidor. Nos últimos 12 meses, o chocolate em barra aumentou 16,53%, enquanto o achocolatado teve alta de 12,49%, segundo o IBGE.
Oferta em baixa
Além do aumento nos preços, a oferta de ovos de Páscoa será reduzida. A produção deste ano deve ser de 45 milhões de unidades, uma queda de 22,4% em comparação a 2024, segundo a Abicab. Para evitar um impacto ainda maior no bolso do consumidor, a indústria adotou estratégias como a redução no tamanho das barras de chocolate e a diversificação dos produtos, incluindo combinações com amendoim, frutas e pistache.
Especialistas afirmam que a recuperação do setor pode levar anos. O cacau é uma cultura de longo ciclo, e um novo cacaueiro leva pelo menos seis anos para atingir boa produtividade. Com isso, a previsão é de que os preços do chocolate continuem elevados nos próximos anos, ainda que oscilem conforme a safra global.
Para a Páscoa de 2025, o consumidor encontrará um mercado com menos opções de ovos, preços mais altos e chocolates com menor teor de cacau. O aumento dos custos logísticos e da infraestrutura para transporte dos produtos também influencia os valores, tornando esta uma das Páscoas mais caras dos últimos anos.