A Justiça de Pernambuco decretou a prisão preventiva de 13 homens envolvidos nas brigas entre torcidas organizadas antes do clássico entre Santa Cruz e Sport, no sábado (1º). Os confrontos ocorreram em diferentes pontos do Recife e da Região Metropolitana, deixando ao menos 13 feridos. A Polícia Civil informou que os detidos responderão por associação criminosa, dano ao patrimônio e lesão corporal.
Entre os presos estão o presidente de uma organizada do Sport e um integrante envolvido no ataque ao ônibus do Fortaleza, ocorrido em fevereiro de 2024. Segundo a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Beatriz Leite, os confrontos foram planejados, com torcedores confeccionando armas artesanais e marcando locais para os embates. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram cenas de violência extrema, incluindo agressões a um dos líderes da torcida do Sport.
A polícia já monitorava a movimentação das torcidas organizadas antes do jogo e reforçou o patrulhamento em terminais de ônibus e vias movimentadas. Durante as ações, apreendeu materiais como pedaços de madeira, barras de ferro e arames farpados. Apesar da antecipação, os conflitos não foram evitados.
Governo proíbe torcida em cinco jogos
Como resposta à violência, o governo de Pernambuco determinou que os próximos cinco jogos de Santa Cruz e Sport sejam realizados sem a presença de torcedores. A medida foi recomendada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que apontou a necessidade de pressionar os clubes e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) a adotar medidas mais rígidas contra a violência.
A proibição foi criticada pelo Sport, que anunciou que recorrerá à Justiça para tentar reverter a decisão. A Federação Pernambucana de Futebol também se manifestou contrária à medida, alegando que penaliza torcedores e trabalhadores do futebol sem atacar diretamente os responsáveis pelos confrontos.
O promotor Antônio Arroxelas, do MPPE, defendeu a decisão, argumentando que há uma aproximação entre os clubes e as torcidas organizadas envolvidas em crimes. Segundo ele, apenas três grupos específicos — ligados a Santa Cruz, Sport e Náutico — estariam por trás dos principais episódios de violência.
A medida reacendeu o debate sobre o papel das torcidas organizadas e a necessidade de estratégias mais eficazes para garantir a segurança nos eventos esportivos em Pernambuco.