Carne podre em mercado: como identificar alimentos impróprios para consumo

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Uma operação policial revelou um esquema de venda de carnes estragadas no Brasil, resultando na prisão de quatro pessoas. O crime envolveu uma empresa do Rio de Janeiro, que comercializou carnes contaminadas após as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. O escândalo reacendeu o alerta sobre os cuidados na compra e armazenamento de alimentos.

Empresa vendeu 800 toneladas de carne imprópria

A empresa Tem Di Tudo Salvados, localizada em Três Rios (RJ), adquiriu carnes que haviam ficado submersas durante as inundações de 2024, sob a justificativa de que seriam transformadas em ração animal. No entanto, investigações apontam que os produtos foram maquiados e revendidos para mercados e açougues em diversas regiões do país. As técnicas utilizadas para disfarçar o estado da carne não foram divulgadas.

O caso faz parte da Operação Carne Fraca e resultou na prisão de quatro pessoas nesta quarta-feira (22). O esquema chamou a atenção das autoridades sanitárias, que reforçam a importância da fiscalização e do cuidado do consumidor na identificação de produtos impróprios.

A melhor forma de identificar carne deteriorada é observar sua cor e odor. Carnes muito escuras, esverdeadas ou com cheiro forte são indicativos de putrefação.

Segundo Henrique Pedro Dias, diretor do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), é essencial verificar a embalagem e o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que garante a fiscalização do Ministério da Agricultura.

Produtos embutidos podem mascarar a deterioração com temperos e aditivos, tornando a identificação mais difícil. Nestes casos, a recomendação é sempre conferir a procedência e o registro oficial do produto.

A conservação correta da carne evita contaminações e preserva a qualidade. Segundo a nutricionista Neiva Souza, da Unifesp, a carne deve ser mantida nas seguintes temperaturas:

  • 0°C a -5°C: até 10 dias
  • -6°C a -10°C: até 20 dias
  • -11°C a -18°C: até 30 dias
  • Abaixo de -18°C: até 90 dias

Freezers domésticos podem atingir até -20°C, enquanto congeladores acoplados a geladeiras chegam a -6°C. Já carnes cozidas devem ser resfriadas rapidamente antes de serem congeladas para evitar proliferação de bactérias.

Para descongelamento seguro, o ideal é utilizar o micro-ondas, forno de convecção ou deixar a carne em temperatura inferior a 5°C antes do preparo.

O que a lei diz sobre conservação e transporte?

A legislação brasileira estabelece normas rigorosas para frigoríficos e mercados. A carne deve ser mantida refrigerada a até 7°C, segundo a portaria n° 304/1996 do Ministério da Agricultura. Produtos destinados à exportação exigem temperaturas ainda mais baixas, chegando a -18°C.

Além disso, é proibido o retorno de produtos retirados da câmara fria e a estocagem direta no piso, conforme o decreto n° 9.013/2017. Caso uma contaminação seja identificada, o ambiente deve ser desinfetado para evitar riscos sanitários.

A população deve estar atenta a preços muito baixos e estabelecimentos que não emitem nota fiscal, pois podem indicar irregularidades. A fiscalização e a conscientização são essenciais para garantir a segurança alimentar e evitar riscos à saúde.